Filho, agora vou te contar uma história que vai fazer você compreender o porquê desta minha resposta.Há algum tempo atrás Syrus Cross foi expulso de seu planeta natal, Zorgs, localizado no cinturão de Shatron, por ter quebrado a principal e única regra:Não levar nenhum não-zargoniano para dentro do Planeta Zorgs.
Vou lhe contar por que ele foi expulso meu amigo.Ele aceitou a pena por que sabia que o que estava fazendo era errado. Pode não parecer, mas ele saiu do planeta ganhando. Ele ganhou o Amor, algo de que ele não conhecia. Syrus salvou uma humana que encontrou dentro de uma nave, que já dava para perceber só de olhar, era do Planeta Terra, enquanto instruía seus alunos em uma aula de pilotagem espacial.
Como instrutor e capitão da nave, ele dava as ordens, e ordenou que seu aluno que estava no comando dos controles, os levasse mais próximo da nave para que eles pudessem descobrir o que havia acontecido. Convocou dois de seus quatro alunos, deixando dois cuidando da nave, Canvas e Dave. Após pouco tempo eles já estavam prontos para entrar na nave destuída, e eles o fizeram.
Syrus cuidadosamente vasculhou com seu olhar a nave, e percebeu que o ataque tinha sido proferido pelos Pangenianos, uma das treze raças que não assinaram o tratado de paz, preescrito pelos representantes de cada canto do Universo, na Convenção Interestelar. Ele percebeu isso porque as paredes da nave tinham vestígios de lasers, arma poderosíssima, proibida na convenção. Syrus parou, pensou e chegou a conclusão que os Pangenianos não queria destruir a nave e sim deixá-la como aviso, e com certeza haveria alguma exigência por trás deste ataque.
Procurando mais um pouco, Syrus, encontra a tal exigência, que estava grafada nas paredes da nave. Ele cuidadosamente copiou cada um dos símbolos e em seguida decidiu procurar alguma forma de vida naquela nave. Vasculhou toda a nave, menos um local que estava trancado, a sala de comandos. Ele parou, pensou e decidiu usar um de seus poderes para abrir a porta: simplesmente com um pensamento ele destrancou e abriu a porta, era melhor do que explodi-lá, como um de seus alunos gostaria de fazer.
Logo quando ele abriu a porta ele percebeu a presença de uma espécime fêmea, vinda do Planeta Terra, ele já vira fotos destes seres, e já conhecia um pouco sobre eles. Por isso percebeu que o melhor era ele e seus alunos se ‘transformarem’, na verdade mudassem suas aparências, em um espécime deste Planeta. Por acharem que suas aparências eram muito ‘estranhas’, na verdade só não eram iguais as dos humanos, eles eram, antes de se transformarem, o que é conhecido pelos humanos de ET’s; e tinham medo de assustá-la. Mas já era tarde, ela estava ali parada apontando uma arma para eles, Syrus rapidamente usou seus poderes psíquicos e retirou a arma da mão da humana, percebendo uma leve oscilação de seus batimentos cardíacos, temendo à sua morte. Mas para perceber tudo isso ele teve que ler a sua mente, recebendo todas as informações sobre o ataque planejado dos Pangenianos, e toda a sua história, desde o nascimento, até todos os conhecimentos que ela tinha.
Ela estava caída no chão, ele percebeu que ela não estava em um bom estado físico, pois seu corpo estava coberto de sangue, e percebia uma mudança no seu olhar, algo como se ela estivesse entrando num estado de transe, ou coma. Pensou rapidamente em todas as possibilidades que tinha de salvá-la e chegou a conclusão de que era necessário levá-la ao único ser de seu planeta sábio o bastante para salvá-la, Mestre Penny, mestre de Syrus desde criança e chefe supremo do Planeta Zorgs, que vivia de modo muito diferente dos outros planetas.
Seus alunos foram contra esta decisão no princípio, mas depois aderiram a decisão de Syrus, pois ele era o líder, o capitão e o instrutor, sem falar que era o mais sábio dos tripulantes daquela nave. Syrus carregou a humana até a nave, sendo seguido por seus alunos, e em seguida ordenou que voltassem ao Planeta Zorgs, já pensando em como entraria no Planeta com uma humana a bordo.
No momento em que Syrus desce da nave carregando aquela humana no colo os gurdas já se preparam e começam a caminhar em sua direção, lhe trancando a passagem. Syrus sabia que a humana não sobriviveria se ficasse mais tempo sangrando, então decidiu que não perderia mais tempo, usou seus poderes mentais e os fez dormir. Em seguida seguiu para a parte de fora da plataforma, e como era muito respeitado pela população Zargoniana, ele conseguiu uma carona até a casa, na verdade caverna, de Mestre Penny, esta que fica na montanha mais alta do Planeta Zorgs, conhecida como Pico do Peco.
Como o veículo que lhe dera carona era muito veloz, não demorou muito para que ele chegasse na caverna de Mestre Penny, e a subida até a caverna só foi um pouco desgastante pelo fato de ele estar carregando a humana, mesmo que a subida não tenha demorado muito, pois ele corria muito rápido.
Ele ficou parado em frente à porta, com a forma de um humano, carregando-a ainda desmaiada, pensando se seu Mestre estaria em casa. Parou de pensar e decidiu entrar de uma vez, já sabia que ele com certeza já sabia que Syrus estava ali. Não precisou dar mais que cinco passos ouviu a voz, áspera e grossa de seu Mestre dizendo-lhe:
- Por que à trouxe aqui?
- Mestre, só o senhor pode curá-la. Respondeu Syrus aflito.
- Por que eu faria isso? Eu seria julgado com comparsa pelo Conselho. Disse Mestre Penny.
- Mestre, pode ser que ela não tenha nosso sangue, nem seja de nossa espécie, mas não é por isso que o senhor deve deixá-la morrer – retrucou Syrus que em seguida continuou - e conheço o senhor muito bem, e sei que não a deixará morrer.
- Largue-a nessa cama e vá para a cozinha esperar. Pode até me preparar um chá. Disse Mestre Penn, já com a voz mais suave, mais agradável e com um leve sorriso no seu rosto, coisa rara.
Syrus estava apreensivo, nervoso e um tanto quanto desastrado. Quando ele leu a mente dela, para poder se adaptar, ele descobriu seu nome: Taís Françóis, e percebeu que absorviu algo estranho, algo que ao é muito comum em sua espécie: sentimentos. Por isso ele achou estranho o fato de estar se sentindo diferente, mais vulnerável, e ele até consegui quebrar um xícara da coleção de porcelanas de seu Mestre, algo que ele nunca tinha feito, pois tinha os reflexos muito aguçados.
O chá estava pronto. Seu Mestre estava demorando muito, mas ele sabia o que estava fazendo e isso tranqüilizava Syrus, mesmo ele nunca ter se sentido ansioso, ele já sabia o que isso era.
Após quase duas horas Mestre Penny saiu do quarto e se sentou na cadeira ao lado da de Syrus, este que quando o viu saindo, colocou o chá para esquentar e já estava esperando para servi-lo. Logo após servi-lo, Syrus indagou.
- Como ela esta?
- Ela vai ficar bem. O melhor é você ir para sua casa arrumar suas coisas e se preparar para sair desse planeta, antes que te expulsem, ou pior: te matem. Respondeu Mestre Penny.
- Mas eu não tenho nenhuma nave. Disse Syrus.
- Leve a minha velha, mas útil, Star. Disse Mestre Penny.
Mestre Penny já aparentava aquele mesmo olhar de quando Syrus havia chegado com a humana. Vendo isso Syrus decidiu não retrucar e obedeceu a seu Mestre. No dia seguinte, de manhã bem cedo, ele já estava com todas as suas coisas na nave de seu Mestre, só estava esperando que Taís acordasse.
Ele passou quase o dia todo na casa, ou melhor caverna, de seu Mestre esperando que a humana acordasse. Enquanto ele espera um representante do Congresso foi até a caverna de Mestre Penny para convocá-lo para o julgamento de Syrus, mesmo sem o Congresso saber onde ele estava. Por sorte Mestre Penny com seus poderes psíquicos já sabia que o representante viria e avisou Syrus com antecedência, e ele decidiu pegar Taís, ainda desmaiada e embarcar na nave e fugir do planeta.
Mas Syrus não imaginava que seria tão difícil antes mesmo de ele conseguir sair da atmosfera Zargoneana ele já estava sendo seguido. Ele pensou em desmaiar os pilotos das duas naves que o perseguia, mas ele precisava de alguém para comandar a nave enquanto ele se concentrava, e como que por ironia do destino, coisa que ele nunca acreditou, Taís acordou e se sentindo perdida inicia uma série de perguntas com tom de desagrado:
- Onde é que eu estou? Quem é você? Por que estão nos atirando? Para onde estamos indo?
- Fica quieta! – Exclamou Syrus com uma voz agressiva, em seguida tentando controlar seu tom ele continuou - Eu prometo que lhe explico tudo, mas há uma condição: você tem que se sentar e se acalmar. Foi exatamente o que ela fez. Depois de alguns segundo Syrus pergunto:
- Você era piloto de uma nave vinda do Planeta Terra, correto?
- Sim, mas como você sabe?
- Eu já disse que depois te explico tudo, agora assuma os controles, vou me livrar dessas naves. Disse Syrus se dirigindo para a parte de trás da nave. Taís estava confusa, não sabia para onde guiar a nave, então decidiu desviar dos tiros e seguir para frente. Pouco tempo depois ela percebeu que não havia mais nenhuma nave, mas continuou no comando até que Syrus voltou e sentou e seu assento. E assumiu os controles e em seguida traçou uma rota até um planeta distante, mas familiar para Táis, colocou no piloto automático e se virou para ela dizendo com uma voz doce e suave:
- Você quer que eu lhe explique tudo agora? Ele contou toda a história para ela e depois permitiu que ela fizesse suas perguntas.
- Me diz: porque você me levou para seu planeta se já sabia o que lhe iria acontecer?
- Então Taís, quando eu li a sua mente eu absorvi suas lembranças, seus sonhos, seus costumes, seus sentimentos, sua língua, tudo de sua espécie, e depois me adaptei me transformando em um de vocês. Mas a partir do momento que absorvi os sentimentos de sua espécie, muito diferentes dos da minha, eu senti que precisava lhe salvar, sem pensar nas conseqüências. Algo me disse que eu não podia lhe deixar morrendo, e eu não consegui contradizer porque era muito forte, então o fiz.
- Como você sabe meu nome? Perguntou Taís.
- Eu já disse: quando eu li a sua mente eu absorvi todas as suas lembranças. – Syrus exitou por um momento, se aproximou de Taís e pegou uma corrente que estava no pescoço dela e continuou – Como eu vi antes: aqui esta escrito o seu nome. Depois de falar isso ele deu um sorriso. Essa foi a primeira vez que ela o via sorrindo. Isso a deixou meio tonta, mas alegre. Ela se sentia diferente, mas muito bem.
- Mas eu ainda não sei seu nome. Disse Taís sussurrando próximo ao rosto de Syrus.
- Syrus Cross. Ele respondeu também sussurrando e se aproximando ainda mais do rosto dela. Syrus estava diferente, e enquanto estava próximo dela em sua cabeça passavam imagens, retiradas das lembranças dela, onde humanas fêmeas beijavam humanos machos. Isso fez com que ele tivesse uma vontade enorme de beijá-la, e ela a beijou. Depois de um bom tempo em silêncio se olhando Syrus quebrou o silêncio perguntando:
- Qual o significado de um beijo em seu planeta?
- Um beijo? Um beijo é um ato que demonstra o quanto gostamos de uma pessoa, ou o quanto queremos gostar dela. Demonstra afeto, carinho, amor. Taís respondeu se afastando lentamente dele. Ele sorriu e disse:
- Mais sentimentos? Mais complicações... E em qual desses sentimentos nosso beijo se encaixa? Taís ficou sem jeito, toda avermelhada, e em seguida disse:
- Acho que é melhor a gente deixar o tempo nos mostrar. Para onde estamos indo?
- Para o seu: Planeta Terra, seu lar, e agora meu também. Syrus respondeu, já com a expressão séria novamente.
- É nele que você quer se refugiar? Indagou Taís.
- Não, eu prefiro dizer que é lá que eu vou recomeçar – ele respondeu, e depois continuou sarcasticamente – acho melhor você ir descansar, você precisa dormir pelo menos 8 horas... Ela o olhou e sorriu, ele a apontou a porta de trás e disse:
- Pode ficar na cama que tem ali atrás. Ele pensou que ela ia direto para a cama, mas antes de ir ela parou em frente de Syrus se inclinou e o beijou, depois seguiu calmamente para a cama e se deitou. Demorou, mas durmiu.Ainda faltava muito para chegar até o Planeta Terra, mas mesmo assim Syrus não quis descansar, ficou o tempo todo cuidando dos controles, mesmo estando no piloto automático.Passaram-se quase seis horas desde que ela foi dormir, ele já estava se cansando, o problema é que só havia uma cama na nave. Ele não queria acordá-la, então decidiu dormir ali mesmo na cadeira de piloto. Após muito pouco tempo ele dormiu, mas antes conferiu tudo.Não se passou muito tempo depois que ele pegou no sono e o alarme soou, era um aviso de intrusos. Havia naves os perseguindo. Syrus se acordou com um pulo, viu que estavam sendo perseguidos e percebeu que eram naves patrulha de um planeta pelo qual acabaram de passar, o Planeta Meat. Com certeza os membros do Planeta Zorgs já avisaram a todos os planetas que fazem parte da Convenção Interestelar sobre a fuga de Syrus com a humana. Imediatamente Syrus decidiu acordar Taís para que ela pudesse assumir os controles da nave, para se esquivar dos possíveis ataques. Ela acordou e fez exatamente o que ele lhe pedira com um sorriso enorme no rosto, este que mexia com Syrus. Mais uma vez ele foi para a parte de trás da nave para eliminar as naves patrulha.Desta vez foi mais difícil para Syrus eliminar as naves patrulha, pois estava cansado e distraído demais para isso. Depois de conseguir limpar a sua mente ele conseguiu destruí-las com rapidez. Em seguida voltou para a parte da frente da nave e sentou-se ao lado de Taís.
Quando ela o viu chegando imediatamente liberou o assento do capitão. Ele sentou-se ali e colocou novamente no piloto automático. Ela dirigindo-se a ele perguntou:
- Quanto tempo eu dormi?
- Mais ou menos umas seis horas. Ele respondeu com muita tranqüilidade olhando diretamente nos seus olhos.
- Falta muito para chegarmos ao Planeta Terra? Indagou Taís.
- Não. Em breve chegaremos.
- Você parece cansado e com sono. Por que não foi se deitar lá atrás?
- Você estava dormindo como um anjinho. Até pensei em te acordar para me deixar dormir um pouco, mas não fiz isso.
- Mas quem disse que era pra você pedir que eu saísse... Era pra você deitar-se comigo. Syrus se surpreendeu com a resposta de Taís, ficou um tempo pensando sobre isso, até que ela disse:
- Não quer ir dormir um pouco agora? Eu cuido daqui e depois vou lá... Syrus somente sorriu e concordou, alevantou-se e começou a andar em direção a cama. Antes que ele pudesse chegar Taís o parou, alevantou-se e o beijou, e depois disse:
- Só vou conferir os controles e já vou deitar com você. Ele se deitou e ficou pensando nela. Pouco tempo depois ela veio e se deitou com ele.
- Filho, prefiro não entrar em detalhes nesta parte.
- Tudo bem, como queira.
Após algum tempo dormindo Syrus se acorda e decide verificar as coordenadas. Percebendo que tudo estava correto ele decidiu voltar a deitar-se com Taís. Quando acordaram de cara perceberam que já haviam chegado e pousado, sem nenhuma interferência dos humanos, foi um pouso tranqüilo. Pousaram próximo de um lago, num lugar conhecido de Taís, mas só por fotos. Pousaram em um país conhecido como Brasil.
Eles instalaram-se por ai mesmo. Transformaram-se em um casal, casaram-se, tiveram filhos, tiveram uma vida feliz. Mas mesmo contente com o que aqui Syrus havia construído ele nunca parou de pensar em voltar para seu Planeta natal, mesmo sabendo que isso era impossível, já que fora expulso e banido eternamente daquelas dimensões.
- Entende agora, meu filho, porque não quero que você vá para esse Planeta?
- Sim. Mas me diz quem te contou essa história? E como você sabia tantos detalhes?
- Bom, há coisas sobre mim que você necessita saber Scola: meu nome verdadeiro é, e sempre foi desde que nasci : Syrus Cross. Eu sou esse cara que se tornou um humano de uma hora para outra, esse cara que foi expulso de seu planeta querido por somente ter compaixão, por não querer deixar uma pessoa morrer. Mas não me arrependo de nada do que eu fiz. E é por isso meu filho que lhe suplico não vá para o Planeta Zorgs. – ele hesitou por um momento, mas depois continuou - Durante todo esse tempo que estive no Planeta Terra me dediquei a procurar acontecimentos nesse planeta. E acabei descobrindo que há alguns anos ele entro em um estado de Guerra Civil, mas eu prefiro chamar de período de caça. O tempo todo, o dia inteiro, todos no Planeta Zorgs estão se caçando, é muito provável que você não sobreviva mais que um minuto naquele planeta. Por favor não vá.
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