Acordei hoje cedo, me arrumei como todos os dias: tomei um bom banho, tomei café, escovei os dentes, tive que decidir entre um lindo terno azul marinho escuro e um terno preto com listras cinzas escuras, muito discretas, maravilhoso. Demorei um pouco mais de cinco segundos olhando de um para outro e decidi usar o azul marinho escuro.
Fechei a porta do meu carro, liguei-o e olhei para o rádio, não sei porque, mas eu estava em dúvida: escutar minhas músicas favoritas ou as notícias. Pus nas notícias.
Antes mesmo de ligar o carro eu decidi deitar o banco para trás e me recostar para pensar. Não conseguia tirar esse pensamento da cabeça: "Por que hoje estou tendo tantas dúvidas? Normalmente sempre sou tão decidido..." Meu pensamento foi interrompido pela voz aguda do locutor da rádio, pois algo me dizia que o que ele dizia me interessava:
-..." cientistas alegam a aproximação de um meteoro. Dizem que a colisão é iminente, o cientista encarregado de expor a notícia a população disse que já era prevista a colisão, e que fora escondido do povo porque eles acreditavam na destruição, ou no desvio, desse meteoro. E agora, após bastantes tentativas frustadas, eles alegam que o fim do mundo está perto, e pelo que dizem bem perto: será amanhã..."
Neste momento parei de prestar atenção e, ao invés de me preocupar, passei a pensar em coisas que eu podia, e devia, fazer antes do fim. Ainda não sei porque, mas eu acreditei no locutor. Como por exemplo; agradecer aos meus pais pelo quanto eles sofreram para me criar e dizer que os amo; pedir desculpas aos meus irmãos por muitas bobagens que fiz, e também dizer que os amo; falar o quanto me sinto feliz quanto estou ao lado de minha melhor amiga, e falar para ela sobre um sentimento que escondo aqui dentro, a muito tempo. Entre outras coisas...
Eu já quis ter falado para ela, mas tive me de sofrer o mesmo que sofri quando perdi o maior de todos os amores de minha vida.
Liguei o carro, e notei que ele faz um barulho ensurdecedor, e fui a casa de meus pais, depois fui até o trabalho de cada um de meus 4 irmãos, eles não compreenderam o porque dessa minha mudança repentina, mas gostaram. E por último fui até o meu escritório administrativo da minha empresa de eventos e falei com ela. Me surpreendi: ela sente o mesmo! Tivemos um tarde maravilhosa de prazeres e gemidos, logo depois levei-a para casa.
Já em casa, deitei na rede na minha varanda e fiquei olhando para o céu escuro, praticamente sem estrelas, procurando a claridade vinda do gigantesco meteoro que está por vir. Pensando na minha vida, no que deixei de fazer por medo, no que fiz e me arrependi, adormeci.
A claridade, será que estou morto? Meus olhos se adaptam a claridade e vejo um mundo irreconhecível e percebo: o mundo voltou a ser o que era antes da humanidade destruir toda a sua maravilhosa vegetação, tirando os milhares destroços que estão espalhados por todo o lado, o mundo estava querendo se reconstruir, sem ninguém para intervir. Mas pera aí: ninguém para intervir. Então, qual será o motivo de eu ter sobrevivido? Não compreendo, mas o importante é: eu sobrevivi.
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