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domingo, 9 de janeiro de 2011

Será destino?

    Eu não tinha escolha, minha mãe ia, de qualquer jeito, se mudar para morar com seu novo namorado. Eu podia ir juntos com eles, mas eu nunca iria conseguir parar em uma escola por ano, seriam muitas, muitas mesmo. 
    Alan, o novo namorado da minha mãe, é cantor, tipo "Astro do Rock", como diria a minha mãe. Ele está em uma fase muito boa em sua carreira, shows em todos os cantos do país, e já tem shows marcados em outros países.
     Ontem decidi que iria morar com meu pai, minha mãe não aceitou no começo, mas depois de um tempo de conversa ela concordou que seria melhor pra mim.
     Nunca gostei de aviões, sempre acabo passando mal. Mas não me importo, pois estava indo morar com o meu pai, pra que minha mãe fosse feliz. Amo minha mãe, não sei quanto tempo vou aguentar longe dela, mas vou me esforçar.
     Encontrei meu pai no aeroporto, de lá nos encaminhamos para sua casa, no Rio de Janeiro. Como sou mais de ficar em casa, nunca tive muitas amizades, morar numa cidade conhecida por suas maravilhosas praias, não iria ser muito útil pra mim.

     A casa do meu pai continuava igual. Praticamente nenhuma diferença, ele só arrumou meu quarto, pra que eu me sentisse mais confortável. Ele largou as malas e ficou ali parado.
    - Está um dia lindo lá fora, querida, já que é sábado, vamos comemorar a sua chegada? -  Disse Sandro.
     Comecei a tirar as roupas das minhas malas e o respondi:
    - Vamos, mas depende aonde... Você sabe que não gosto muito de praia.
    - Eu sei, mas você vai gostar, o sol está brilhando, e você está muito branca... - Hesitou e  começou a se retirar do quarto, sorrindo. - Deixe as malas para depois, coloca um biquíni, passa protetor e vamos.
    Vi ele saindo do quarto. Não tenho biquíni, pai. Coloquei um calção preto, que já tenho a tempo, e uma blusa bastante estampada e leve, que minha mãe me deu antes de eu vir pra cá.
     Depois de passar o protetor solar, desci para a cozinha, vi o olhar do meu pai, e só balancei a cabeça. Quando saíamos da casa, vi nosso vizinho, que também estava mais velho, é óbvio. Eu me lembro do tempo em que brincávamos juntos nas férias de verão.
     Ele ficou lindo. Ele me viu e sorriu, no mesmo momento fiquei vermelha. 
    - Oii, Lise. - Seus braços, que agora são fortes e grandes, me envolveram num abraço caloroso. - Tudo bem?
     Sorri, ainda vermelha respondi:
    - Beto. Tudo sim e contigo?
    - Que bom, eu também. Quanto tempo, não? E que dia... - Ele olhou para o guarda-sol que estava em minha mãe e continuou: Vai pra praia? 
     Gesticulei que sim, e então ele pediu se poderia me acompanhar, já que também estava indo pra lá, só pra matar a saudade. 
     Durante o caminho, meu pai ficou conversando com um amigo que ele encontrou no meio do caminho, e que também seguia para praia, e eu e Beto conversamos sobre o que fizemos nesses quase dez anos sem se ver.
     Todo verão eu vinha passar aqui no Rio e nós se víamos e brincávamos sempre, mas a mais ou menos dez anos, os pais de Beto decidiram enviá-lo para estudar em uma escola militar, no exterior.
    - E me diz, Beto, como foi passar esse tempo todo lá?
    - Bom, eu não gostei muito da ideia no começo, mas com o tempo fui me acostumando. Você acredita que só me deixaram visitar meus pais depois de dois anos?
    E assim foi o percurso todo até a praia, que não era curto, mas poderia ser maior. Acho que o melhor momento desse dia ao lado de Beto, foi quando ele tirou a camisa, eu só tinha visto homens como aquele na televisão, sou do campo, e é quase impossível achar um homem desses lá naquelas bandas.
     Eu, que sempre disse pra minha mãe: "A aparência não importa, mãe, o importante é o sentimento.", Ah, mas se ser bonito e forte também, não tem problema... Preciso comprar alguns biquínis, e bem provocantes. Naquele momento só o que eu queria era fazer com que ele sentisse a mesma atração por mim, que eu sentia por ele.
     Como amanhã é domingo, decidi ir hoje mesmo, à procura de biquínis. Logo que voltamos para casa, me vesti, avisei ao meu pai e fui para o centro. Andei quase uma hora, até chegar à loja que queria. Lá provei diversos biquínis.
     Decidi ficar com dois, muito lindos. O primeiro tem uma estampa florida na parte de cima, e a parte de baixo é lisa, com detalhes do lado. O segundo é exatamente o contrário. Enquanto escolhia, tentei juntar sexy com confortável, e aqueles que são só fios, com certeza, são sexys, mas não me dão conforto. 
     Fiz o máximo para escolher um que favoreça meu corpo. Eu me acho linda ("Claro, se eu não achar, quem vai?"), tenho belos seios, não tão grandes, mas também não tão pequenos, o mesmo digo da cintura pra baixo. O importante é o que eu acho de mim mesma.


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     Durante os dias que se seguiram, todas as tardes, eu e Beto, fomos juntos até a praia e ficamos a tarde lá, conversando. Passei a perceber que estou totalmente apaixonada por ele, mas não quero que ele perceba, tenho que me valorizar, ser difícil. 
     As aulas começaram, à alguns dias, Beto é mais velho que eu, por isso já acabou os estudos, a dois dias ele voltou a trabalhar. Aliás, eu nem sei aonde. 
     Não está sendo nada fácil este início de aulas, sem ninguém conhecido por perto. Mas com o tempo vou ter amigos, eu acho. Nunca fui muito de me enturmar, sou mais do tipo "calada-no-meu-canto".
     Eu estudando de manhã, e o Beto trabalhando o dia inteiro, ficou difícil nos ver no meio de semana, só conversamos nos sábados e domingos, agora. Mas o pouco tempo que passamos juntos já é o suficiente para saber que estamos cada vez mais ligados, mesmo que ainda só como amigos.
     Hoje é sábado, de manhã, estou ansiosa pela tarde, eu e Beto combinamos de sair para se divertir. Ainda não sei aonde vamos, ele disse que íamos dar umas voltas. Não está sendo muito fácil escolher a roupa que vou usar.
     Depois de revirar todo o meu guarda-roupas escolhi três conjuntos que são ideais pro clima, e pra ocasião. Uni duni tê, não vai me ajudar, então decidi testar os três conjuntos: o primeiro ficou bom, mas pareceu muito vulgar, parece que estou me oferecendo pra ele; o segundo também ficou bem, mas fiquei comportada demais; já o terceiro ficou perfeito, valorizou o meu corpo, sem mostrar muito e sem ficar muito comportada.
     Demorou muito pra chegar a hora de nosso "encontro", mas eu já estava preparada muito tempo antes. Logo que escutei as batidinhas na porta meu coração disparou. Ouvi meu pai abrindo a porta, e conversando um pouco com o Beto, logo depois ele me chamou. Esperei alguns segundos, respirei, e comecei a descer as escadas.
     Degrau a degrau, calmamente desci, esperando até poder ver o rosto dele, para poder ver sua expressão. Foi, com toda a certeza, melhor do que eu esperava, vi ele me olhando dos pés à cabeça e sorrindo. Quando cheguei bem a sua frente, ele disse:
    - Uau! Como você está linda! - Corei, me senti avermelhada, mas respondi:
    - Obrigada, Beto. - Devolvi o sorriso, e olhei para como ele estava vestido: inexplicavelmente lindo. - Você também está lindo.
     Nos despedimos de meu pai e saímos. Eu ia seguindo devagar, achando que ele só estava fechando o portão. 
    - Lise. Aonde você vai? - Ele me chamou, enquanto abria a porta de um carro. - Entra aqui.
     Olhei pra ele, sem saber como reagir, entrei. Depois que ele entrou, disse:
    - Não sabia que você tinha um carro.
    - Mas eu não tinha, comprei essa semana, e não tive tempo pra mostrá-lo a você.
     Fomos para um restaurante muito bom, e caro demais para o meu gosto. Nossa janta foi ótima, agora já na sobremesa, me olhando ele falou:
    - O que foi? Por que você está tão tímida? - Fiquei vermelha, novamente. 
    - Nada. Eu sempre fui tímida. - Ele sorriu e ficou me olhando durante um tempo, sem dizer nada. Depois se aproximou e sussurrou:
    - Me diz: o que você esperava dessa noite? - Ele olhou bem nos fundos dos meus olhos. Não consegui respondê-lo, só sei que nossos rostos começaram a se aproximar, como se nossos lábios fossem ímãs, impossível de resistir. Esse foi nosso primeiro beijo, e, com absoluta certeza, não foi o último.


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A pedidos: uma história totalmente romântica, sem mortes e fins trágicos.

3 comentários:

  1. first comment \o/

    ficou muito foddaa o texto

    mais eu ainda prefiro com mortes e fins trágicos LOL Muahahahahaha

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  2. Brigado brother.. Eu também, parece que deixa mais emocionante.. sahuhsa

    xD

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