Ele olhou em sua volta e se viu em uma cadeia. Só havia um meio de sair: o mesmo de entrar.
Todos os dias Ramon entrava, após passar pela revista básica, e olhando para todos os lados. Se via preso em uma jaula gigantesca e cheia de alunos. Para ele pessoas desconhecidas.
Não era exatamente uma cadeia e sim um colégio estadual totalmente construído por tijolos. O pátio de recreio era fechado, totalmente fechado, e de todos os lados, por blocos gigantes, feitos de tijolo e concreto.
Ramon se sentia péssimo dentro daquele colégio, ele era muito tímido e não era acostumado a ficar rodeado de gente falando alto, sorrindo e fazendo barulho. Ele tinha dores de ouvido constantes, pois eles eram muito sensíveis.
Na sala de aula ele se sentia pior ao olhar para os lados e ver tanta gente sorrindo e rindo alto. Todos pareciam felizes. Menos ele.
Com o passar do tempo alguns garotos começaram a zombar dele. No começo ele não se importou, mas a sua paciência tinha um limite, e ele já sabia disso.
Todos os dias era a mesma e horrível rotina: quando chegava, logo na entrada, Ramon era recebido por dois garotos que ficavam zombando dele; ao entrar na sala, enquanto caminhava até sua carteira, alguém o derrubava, isso acontecia todos os dias; no horário do almoço esses dois garotos lhe tacavam pedaços de pão na cabeça; e quando tinha educação física ele era considerado um saco de pancadas, não importava a atividade, ele sempre se dava mal.
Ramon sempre foi contra o uso de armas de fogo, mas naquele dia ele deixou a raiva o dominar, e não conseguiu se controlar.
Chegou um dia em que ele já não suportava mais, e já estava cansado de reportar os acontecimentos à diretoria, pois eles não tomavam atitude alguma.
Numa quinta-feira, na manhã anterior ao ocorrido, um dos garotos jogou suco de uva na cara de Ramon, este foi o estopin de sua paciência, e com isso ele não pode mais aguentar e correu para casa. E naquela mesma noite ele escreveu e postou em um blog o que faria no dia seguinte, dizendo que faria algo para eles pararem.
No dia seguinte Ramon avistou os dois rapazes escorados no portão da entrada do colégio. Ele caminhou até lá olhando fixamente para os dois. Quando ele chegou perto e um dos rapazes já começou a zombar dele, mas esta foi a última vez.
Ele não queria, mas ele não tinha outra escolha, ele queria que eles parassem. Naquele momento Ramon tirou o revolver calibre 38, quer era de seu pai, do bolso. Levantou a arma e deu três disparos...
O primeiro disparo acertou de raspão abaixo da orelha de um dos rapazes. O segundo voou aceleradamente pelo ar seguindo em direção ao peito do segundo rapaz. E o terceiro... o terceiro atravessou velozmente o crânio de Ramon.
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