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segunda-feira, 1 de março de 2010

Culpa de sua má influência!

Michael tinha uns doze anos quando ele começou a se interessar pelo skate, influenciado pelo desejo de ser igual a seu irmão mais velho, Maneco, de quatorze anos, que era tão cobiçado pelas garotas e adorado por todos.

Desde pequeno ele idolatrava seu irmão. Michael queria ser igual a ele em tudo, desde o geito de se vestir ao geito de falar; do geito dele andar até as suas atitudes ele queria copiar. Sua mãe achava isso lindo, pois quem os viam achavam que eram gemeos, e ela sempre quis ter gemeos.

Mas nem tudo era só alegria. Tudo de ruim que Maneco fazia, Michael imitava. No começo eram coisas pequenas, relevantes, como incomodar os colegas e os professores. Sua mãe achava que era uma fase, mas ela não sabia o que isso iria gerar no futuro.

Michael, ou Mike como ele preferia, nunca teve um porte muito atlético, e ainda era baixo. Com seus quinze anos não passou de um metro e sessenta de altura, tinha os cabelos grandes e loiros desajeitados, escondidos o tempo todo por um boné. Com seus olhos azuis ele chamava atenção de algumas garotas, mas não tantas como o seu irmão.

Todas as tardes, após as aulas, ele se encontrava com seu irmão, e juntos iam até uma casa abandonada a muito tempo, la eles se encontravam com os amigos de Maneco. No loto abandonado tinha uma piscina vazia, nesta eles praticavam manobras de skate até o entardecer. De vez enquanto eles filmavam algumas manobras e postavam no site de Mike para tentar conseguir patrocínio.

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Maneco ainda não tinha deixado seu irmão fazer o teste para entrar em sua equipe de skatistas por causa da idade. Mas como Mike faria dezesseis anos na próxima semana, Maneco decidiu antecipar o teste.

O teste se baseava nos seguintes critérios: o participante deveria fazer um circuito de no máximo três minutos, ou deveriam efetuar quinze manobras perfeitas, só isso. E não tinha segunda chance.

No começo Mike ficou um pouco nervoso e apreensivo, e até com um pouco de medo de errar as manobras, ou ultrapassar o tempo.Mas ele se lembrou o porque dele ter treinado tanto, e fez o teste maravilhosamente bem, com muitas chances de passar.

- Parabéns, Mike, você foi aceito oficialmente pelo grupo! - Exclamou o irmão, que depois continuou. - Agora, vamos comemorar!

Mike já sabia que quem fosse aceito pelo grupo teria que realizar uma segunda tarefa: roubar cinco engradados de cerveja, para a comemoração de aceitação; do bar do Seu Juca. Ele considerava a tarefa fácil, pois mesmo sem nunca ser oficialmente do grupo de seu irmão, ele já vira muitos realizando aquela tarefa, e nunca Seu Juca pegou algum deles.

Ele tinha exatamente quarenta e cinco minutos para realizar a tarefa, então, decidiu se apressar.

Seu irmão queria fazer uma brincadeira com ele, e o seguiu. Quando Maneco viu seu irmão saindo, com os cinco engradados de cerveja na mão, do bar do Seu Juca, ele pegou seu telefone e ligou para Seu Juca e avisou sobre o roubo. Maneco não esperava pelo que isso iria ocasionar.

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Seu Juca já estava cansado de ser roubado. Uma vez chegaram a levar de seu bar o equivalente a R$ 1,500.00, isso em menos de um mês. Depois dessa última vez ele resolveu equipar a entrada de seu bar com câmeras, mas isso não adiantou. Ele continuou a ser roubado. Então, já de saco cheio de perder dinheiro com roubos, ele decidiu comprar uma arma, mas ele nunca teve a intenção de usá-la.

Depois que ele largou o telefone, Seu Juca, pegou rapidamente a pistola, que estava dentro de uma das gavetas da mesinha que fica ao lado de sua cama. Sua casa fica em cima do bar, mas mesmo assim ele nunca ouviu nem se quer um ruído dos roubos efetuados logo abaixo dele.

Ele desceu rapidamente pelas escadas que levam até os fundos de seu bar e correu para a parte de fora. Lá fora ele viu a sombra de uma pessoa, um rapaz jovem, se levantando com engradados de cerveja nas mãos. Ele apontou e disparou duas vezes contra aquela sombra.

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Mike estava tendo dificuldades para carregar os engradados de cerveja. Ele estava correndo, já quase sem forças, quando tropeçou em uma pedra ofuscada pela escuridão. Muito cansado, pensou em desistir e ficar ali mesmo, deitado no chão. Mas em sua mente surgiu a imagem de seu irmão, de como ele era idolatrado pelos seus amigos,de como ele queria ser igual a ele. Com esse pensamento ele começou a se levantar com dificuldade. Ouviu fortes estrondos vindos de trás dele. Caído, com muitas dores nas costas e na região do pescoço, ele começou a sentir um líquido quente escorrendo pelas suas costas e pelo seu pescoço. Ele ouviu alguém lhe chamar, não identificou com muita clareza aquela voz, mas sabia que era seu irmão, ele viu um forte clarão e dormiu, para sempre.

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Desde então Maneco acorda todos os dias com a imagem de seu irmão caído no chão, todo molhado por seu próprio sangue, e deseja poder voltar no passado para poder mudar as coisas. E todas as manhãs, pensando nisso, ele chora e cai de joelhos pedindo para que tudo não passasse de um pesadelo.

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