Como ela estava feliz,após muito sofrimento e muito suor ela conseguiu... Ela conseguiu realizar seu maior sonho. Mesmo contra a vontade de seus pais. Mesmo contra a vontade da pessoa amada.
Juliana já apresentava vontade e talento para cantar desde pequena, mas sua mãe reprimia sua vontade, porque sua única filha seria médica, como ela quis ser um dia.
Conforme foi crescendo, July, como preferia ser chamada, começou a se sentir injustiçada. Em todos os momentos de sua infância ela foi inibida da permissão de cantar. Era expressamente proibido que ela cantasse dentro de sua casa. Sua mãe que instipulava as regras... July tinha certeza que se seu pai ainda estivesse vivo ela poderia cantar, sem problema algum, mas infelizmente Deus quis que ele fosse para junto dele.
Quando criança ela era muito bonita, e sua mãe tinha ciúmes, a chamava de gordinha, e enfatizava o fato de que ela deveria parar de comer, para poder encontrar um homem rico no futuro. July não se importava com isso. Sempre relevava tudo que sua mãe falava sobre isso, pois sabia que era muito bonita.
Seus cabelos loiros, macios e lisos, muito bem arrumados, já chamariam muita atenção sem seu lindos olhos esverdeados, sua bochecha corada e seus lindos lábios. Em geral seu corpo era lindo, e com o tempo foi ficando mais lindo ainda. A partir da adolescência tudo que já era bonito ficou mais bonito ainda, seus seios cresceram e de sua cintura para baixo era capaz de derrubar o queixo de qualquer marmanjão.
Não seria sua mãe que a impediria de alcançar seu maior sonho: cantar. Ela pôs isso na cabeça no dia em que seu pai morreu. Antes dele se for ele pediu para que ela cumprisse essa promessa para ele.
Ela normalmente cantava quando sua mãe não estava em casa, mas havia vezes que ela não conseguia ouvir sua mãe chegando e acabava sendo castigada por não respeitar a decisão dela. Que injustiça, ela pensava, eu seu que poderia ser muito famosa cantando. Quando o situação ficava crítica ela decidia ir até a casa de uma de suas amigas e lá as duas cantavam e se divertiam, mas sua mãe não queria isso, chegou a ligar para a mãe dessa amiga e disse que era proibido que ela cantasse lá. A mãe de sua amiga entendia o sentimento da mãe de July, mas não conseguia resistir, sempre deixava ela cantar em sua casa, pois sua voz era muito linda. Ela sim a incentivava.
Ela sempre acreditou em si mesma, e nunca desistiu. Cantar era, e é, o que ela fazia, faz, de melhor. Mas também sempre foi uma ótima aluna, e nunca havia tido um namorado. Até Bilie aparecer.
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Bilie foi um bom namorado, mas não merecia o amor de July. Ela o amava incondicionalmente, mas ele era capaz de traí-la. Ele sempre foi o estilo de garoto que não se contentava só com uma, ele queria mais, ele sabia que poderia ter mais. Com seu jeitinho todo charmoso e confiante ele conquistaria qualquer garota que quisesse. Seu cabelo bem curto e arrepiado, junto com seus olhos azuis-claros, misturado com seu rosto muito bem desenhado e junto com seu corpo bem definido, nos seus dezesseis anos, são a sua fórmula secreta de encantamento.
Quando ele viu aquela loira linda passando por ele naquela festa de sexta à noite, não pensou duas vezes, foi atrás dela e a conquistou, quase instantaneamente. A partir daquela noite ele começou a viver uma vida dupla. Durante os momentos em que ele estava com July ele era uma pessoa totalmente diferente de quando ele não estava com ela por perto.
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July sabia de algumas escorregas de Bilie, mas algumas ela deixou passar, pois o amava demais e não queria perdê-lo. O que ela não sabia era que existia alguém que a merecia mais de Bilie, mais do que sua própria mãe. Este era Tom, ela nem sabia de sua existência, mas ele a amava, a amava muito. Desde a primeira série. Os dois estudam juntos até joje, ambos estão no primeiro ano do segundo grau, mas quase nunca se falaram. Tom tremia quando à via, se sentia estramente feliz perto dela, mas não conseguia falar com ela, não mais do que: "Oi. Tudo bem?".
Houve uma época em que ele estava decidido em falar com ela, sobre o que ele sentia, mas no dia H surgiu um 'estorvo': Bilie. Nas primeiras semanas ele se deseperou, mas depois percebeu que a havia perdido, e que não tinha a menor chance com ela. Essa sua decpão durou cerca de dois meses.
Certa manhã ele acordou muito feliz, decidido em pelo menos ser mais do que um colega, ser, pelo menos, um amigo de July.
Chegando na escola a primeira coisa que fez depois de vê-la se despedindo de Bilie foi ir falar com ela. Ocorreu tudo bem, ele percebeu que ela não o mordera e que ele não corria risco de vida só por falar com ela. A partir daquele dia eles passaram a se falar sempre.
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July decidiu que, de uma vez por todas, faria um teste para o curso de canto da escola. Ela nunca o havia feito antes por causa de sua mãe, ela tinha medo. Mas fez. E passou. Sua mãe achava que ela ia na casa de Marta, sua amiga, duas vezes por semana.
Ela era como uma estrela naquela aula de canto, o poder de sua voz emocionava qualquer um. Sua voz pode ser comparada com o canto, em perfeita harmonia e sincronia, de vários e lindos pássaros.
July foi convidada a participar de um evento. Um evento que acontecia todos os anos na escola, amostra de talentos, mas este ano seria diferente: teria a ilustre presença de um produtor musical. Sua professora de canto não queria que ela perdesse essa oportunidade.
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Bilie sempre a traiu, mas não era porque ele não gostava dela. Era porque ele não consegui aguentar... Não conseguia aguentar estar somente com uma mulher. Era como fazer a mesma coisa todos os dias durante uma vida inteira. Ele até tentava resistir, mas não conseguia, ele não era forte suficiente, pelo menos não quanto a isso.
Mas ele não sabia que July estava se cansando, principalmente porque suas amigas comprovavam a falta de compromisso de seu namorado, ficando com ele. Ela prometara para si mesma que se ele fizesse isso mais uma vez ela terminaria com ele. E foi o que ela fez.
Bilie negava. Negava com todas as suas forças, até o momento em que July chamou uma de suas amigas que, havia ido na mesma festa que ele na noite anterior, vira Bilie agarrando várias garotas. July nunca se importou com o fato de ir em festas, mas traí-la?
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Tom percebeu que esta seria sua última chance, antes que Bilie a convencesse que mudaria e ele voltassem. Ele esperou ela chegar, ele a viu com aquela carinha triste, e também ficou triste. Mas logo mudou, pois queria deixá-la feliz, ou pelo menos fazê-la esquecer de Bilie, mesmo que por um breve tempo.
Eles conversaram bastante durante o recreio. Ele a fez sorrir, já era o suficiente para ele. Enquanto eles caminhavam ele disse que tinha quer falar sério com ela, e a levou até um canto mais isolado do pátio.
- Bom... - Ele começou, mas as palavras pareciam não querer, ou não conseguiam, sair, de forma alguma.
- Diz. - July incentivou, ela já tinha alguma noção de seu admirador, estava na sua cara, suas amigas sempre diziam que ela deveria ficar com Tom, não com Bilie, mas ela não dava ouvidos. - Não importa o que seja, pode dizer, não vou ficar brava nem nada.
- Ta bom. - Recomeçou tom. - Eu... - Eu consigo, pensou, eu consigo! - Eu... O que eu quero dizer é que eu... Eu te amo.
July arregalou os olhos, sem saber o que dizer, nem o que fazer. Houve um breve silêncio.
- Eu precisava dizer isso. - Ele continuou, e sorriu. - Eu entendo se você não querer nada comigo, você é... - Ela não o deu tempo para terminar, o beijou.
Após o término do beijo, Tom, estacou feito uma estátua, imaginando se havia sido por pena ou por vontade.
Silêncio.
- Vem cá... - July quebrou o silêncio. - Você vai ficar aí quieto, feito uma estátua, me olhando ou vai me beijar?
A partir daquela manhã os dois começaram a se entender. Não demorou muito e os dois estavam namorando, oficialmente.
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Bilie não queria aquilo, mas teve de aceitar. Aquela fora a primeira que o rejeitara, e ele sabia que não lhe faltaria mulher. Errado. Depois do que ele fez com July nenhuma garota da escola olhava em sua cara.
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July já tinha uma das duas coisas que ela mais queria: amor verdadeiro. Agora só faltava sua mãe compreender sua vontade de cantar e aceitar. Ela e Tom conversaram sombre o assunto, ele a incentivou a participá-la da amostra de talentos, mas não escondido, ele disse que ele deveria convidar sua mãe a assistir o evento. E dizer que ela sintia muito por não poder realizar o sonho de sua mãe. Isso era verdade. Ela concordou.
No dia anterior ao evento, July, decidiu falar com sua mãe. Ela não estava nem um pouco a vontade sobre isso. Falar sobre seu futuro como cantora com sua mãe era como entregar uma arma a um terrorista, não saia boa coisa. Mas ela não iria desistir. Ela estava fazendo aquilo por si própria e pela promessa que fizera a seu pai.
- Mãe... - July quase não conseguiu cuspir esta palavra. - Vem cá. - Ela gritava, sem perceber que sua mãe estava logo atrás dela. Quando percebeu se virou com um pulo.
- O que foi, minha filha? - Indagou sua mãe, surpresa por ela a chamar de mãe. Ela não a chamava assim desde a última briga.
- Bom... Eu tenho que te pedir uma coisa, mas você tem que prometer que vai me ouvir primeiro e depoi vai responder. - Respondeu July, com um sorriso torto estampado no rosto avermelhado.
Sua mãe assentiu com um leve movimento com sua cabeça e ficou pronta para ouvir, fazendo sinal para que proseguisse.
- Eu... - Ela gaguejou. - Eu vo me apresenta na amostra de talentos da escola, e quero que você vá me ver. - Ela já olhou para o chão, para não ter que ver a reação de sua mãe.
Houve um longo perído de silêncio. Sua mãe só a olhou durante um tempo, e depois de muito refletir falou:
- Não sei. Que horas será este evento? - July se surpreendeu com a resposta de sua mãe, ela esperava pelo menos um grito.
- Será de tarde, as 18:00hs.
- Se eu já estiver terminado no serviço eu posso até aparecer por lá. - O que acontecera com sua mãe? July se perguntava se a sua antiga mãe tinha sido abidusida ou se haviam lhe feito lavagem cerebral. Pois aquela não era a sua mãe, pelo menos não a que ela conhecia desde que nasceu.
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July nunca ficava nervosa para cantar. Mas aquele dia era especial. Sua mãe, talvez, aparece ali para vê-la cantar. E no café-da-manhã ela até lhe desejara boa sorte. Definitivamente sua mãe havia mudado, muito, para melhor.
Poucos minutos antes de começar a sua apresentação July foi olhou através de um dos cantos da grande cortina vermelha, que escondia qualquer coisa que estivesse acontecendo atrás do palco, e viu algo que a decepcionou: sua mãe não estava ali. Ela procurou bem, olhou por todas as fileiras, procurando banco por banco,e não a viu.
Tom a reanimou, dizendo que talvez ela poderia ter se atrasado, e que July não podeia deixar aquilo a abater, pois havia muito mais em jogo. Se imagine gravando um CD, Tom dissera, pouco antes de quase expulsarem a chutes quem não fosse se apresentar da parte de trás da cortina, você fará grande sucesso, sua mãe verá isso e a reconhecera como uma grande estrela.
Chegou a sua vez. Ela não estava nervosa. Pelo menos não até ver, ninguém menos, que sua mãe sentada ao lado de Tom, na segunda fileira. Isso quase a fez chorar. Mesmo sua mãe - sua antiga mãe - não querer que ela fosse cantora, July, sempre a amara, e demonstrava isso. Aquilo era, com toda a certeza, o que faltava para ela se sentir realizada.
July cantou maravilhosamente bem. Antes de sair do palco ela mandou um beijo para sua mãe, mas saiu rápido demais do palco, perdendo a chance de ver sua mãe chorar de emoção, e de remorso. Ela estava arrependida. Estava arrependida de ter proibido sua filha de manifestar aquele dom lindo que Deus lhe dera. Mas agora ela iria apoiar sua filhar, pois ela merecia.
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Menos de seis meses depois July já é famosa. Seu CD já vendou muitas cópias, eu diria até que daqui pouco tempo ultrapassará um milhão de cópias. Sua mãe passou a demonstrar seu amor por sua filha. Em todos os programas de TV ou quaisquer que seja o evento você a vê la, na primeira fila, ao lado de Tom, o futuro marido de July.
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